15/01/2019 15:21

São Luís sedia 7ª Edição da Série Diálogos Capitais

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Foi realizada na noite desta segunda-feira (14), a 7ª edição da Série Diálogos Capitais com o tema: “Bancos públicos sob ataque: desafios, riscos e perspectivas”.

O evento aconteceu no Auditório Pe. Antonio Vieira do Convento das Mercês, e contou com a participação do presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira; do governador do Maranhão, Flávio Dino; do presidente do Sinduscon-MA, Fábio Ribeiro Nahuz; e da professora Elika Takimoto (CEFET-RJ). Por motivos de saúde, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo não participou do debate. O encontro foi mediado pela gestora de políticas públicas Luciana Soares.

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Os participantes fizeram suas considerações iniciais destacando a importância que os bancos públicos têm para a rotatividade da economia do país e também para a aplicação de financiamentos de programas sociais que afetam grande parte da população brasileira, sejam habitacionais, na área de Indústria ou na Educação.

O governador Flávio Dino declarou sua defesa em favor da continuidade dos bancos públicos. “Tenho defendido, há alguns anos, que o Brasil só vai conseguir incluir no desenvolvimento largas parcelas do nosso povo, e isso se refere também ao nosso estado, na medida em que tivermos esses bancos públicos abertos, acessíveis, indutores de desenvolvimento e que financiem programas sociais, a exemplo do Minha Casa Minha Vida e a agricultura familiar”, completou Flávio Dino.

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Responsáveis por mais de 85% dos financiamentos imobiliários realizados no Maranhão, os bancos públicos também administram importantes programas sociais como o Bolsa Família.

O presidente da Fenae destacou o papel desempenhado pelos bancos na geração de emprego e renda,  apontando números expressivos da Caixa. “Esses bancos cumprem um papel de geração de emprego e renda nas cidades, nas sociedades, como um todo. Hoje a Caixa, no mercado brasileiro, é responsável por 70% de todo financiamento habitacional. Aqui no Maranhão, esse total vai para 85%; o Banco do Brasil faz mais 15% e o BNB faz outra parcela. Em todo o país, 70% dos financiamentos imobiliários são feitos pela Caixa”, afirmou.

“Por isso, estamos trazendo essa discussão para a sociedade. Quem vai financiar a habitação, quem é que vai arrumar recursos para o saneamento, para o desenvolvimento da cidade, para melhorar a cidade, e melhorar a vida das pessoas?”, questionou Jair Ferreira.

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O presidente do Sinduscon-MA, Fábio Ribeiro Nahuz, falou da importância da categoria da indústria e construção civil de participar de debates dessa natureza, e da preocupação do mercado.  “A gente está sempre alerta a essas movimentações porque esses bancos, principalmente a Caixa Econômica, é um grande fomentador da nossa indústria, a da construção civil, que é a mais forte do Maranhão, por isso consideramos de extrema importância a permanência e o fomento desses bancos principalmente em nosso estado”, completou Nahuz.

Elika Takimoto (CEFET-RJ) ressaltou sua preocupação com o atual governo e as medidas que estão sendo tomadas pondo em risco não só o setor econômico, mas também a educação, por meio de programas sociais inclusivos como ENEM, Prouni e FIES.

Promovido pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal, em parceria com a revista Carta Capital, o Diálogos Capitais tem percorrido diferentes cidades como São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Teresina (PI), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e Natal (RN), levando reflexões sobre as privatizações prometidas pelo Governo Federal. Em São Luís, o evento contou com a presença da Diretoria da APCEF/MA e de empregados da Caixa ativos e aposentados.

 “O que temos hoje é um cenário de sérias ameaças às empresas públicas. No caso da Caixa, que acaba de completar 158 anos, o que o governo quer é fatiar a empresa e entregar áreas importantes para o setor privado, a exemplo de seguros, cartões e loterias. E para conseguir o apoio necessário, começou um processo para manchar a imagem do banco perante a opinião pública. Vamos resistir! E o primeiro passo é debater o assunto, disseminar informações verdadeiras e trazer a sociedade para essa luta”, afirmou Jair Pedro Ferreira.

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Não tem sentido

A Fenae lançou em outubro do ano passado a campanha “Não tem sentido”, cujo objetivo é mobilizar os empregados da Caixa e a sociedade mostrando que o banco precisa continuar 100% público, forte, social e a serviço dos brasileiros. E fazer parte é muito simples! Por meio do site www.naotemsentido.com.br é possível enviar vídeos ou escrever depoimentos opinando por quais motivos a empresa não pode ser privatizada ou enfraquecida.

Em manifesto divulgado por ocasião do lançamento da campanha, a Federação destaca que não tem sentido jogar fora conquistas importantes. “Poupança, penhor, habitação, FGTS, programas sociais inovadores, eficientes e reconhecidos no mundo inteiro. (...) A Caixa consolidou o seu protagonismo no desenvolvimento econômico e social do Brasil”. E ainda: “Quem defende a privatização da Caixa, seja de todo o banco ou seja em partes, não tem o menor compromisso com o Brasil e com os brasileiros”.

 

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